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Dimensões femininas no encerramento do curso de férias do MI

Uma mesa redonda protagonizada por Nelly Dollis( Marubo/AM), Simone Eloy(Terena/ MS) e Sandra Benites(Guarani/ RJ) marcou, nesta sexta-feira(31/07), o último dia do curso Dimensões das Culturas Indígenas,

que completou, em 2015, vinte anos de existência.

O time feminino conversou com os mais de setenta alunos participantes, sobre os desafios da mulher indígena na universidade. Elas relataram as dificuldades de viver entre a aldeia e universo não indígena. Segundo as palestrantes, transitar por mundos tão distintos, quase antagônicos culturalmente, é um desafio intensificado pela dupla condição de ser mulher e ser indígena.

O fim das atividades foi marcado com a entrega dos certificados, seguida, por confraternização entre os participantes, com direito a jantar , música ao vivo e muita comemoração pelas duas décadas de atividades do curso.

 

Intelectuais indigenas com a palavra
Na primeira semana, o advogado Terena (MS), Luiz Amado, falou sobre o processo de demarcação de terras. A literatura indígena foi apresentada em um encontro de poesia e prosa com a educadora Potiguara(RN), Graça Graúna. A linguista Maria Pankararu marcou presença falando sobre a quase extinta língua Ofayé, que tem, hoje, apenas oito falantes. Já o líder Baniwa (AM), Gersem José dos Santos Luciano, mostrou aos alunos a visão cosmopolítica dos povos que habitam a região do Alto Rio Negro e destacou a educação indígena como um grande desafio a ser vencido.
E uma mesa redonda formada pelo cineasta Guarani(RJ) Lucas Benites Xunu, pelo arquiteto Baikairi(MT), Jucimar Paikyre e pelo professor Guarani(RJ), Algemiro Poty foi organizada, ao final da primeira semana, com o objetvo de estimular a interação entre os alunos e os professores.
Na segunda semana do curso, a Potiguara(RN), Rita Gomes do Nascimento, mostrou o panorama atual da política nacional de educação escolar indígena. Rita Potiguara, que é integrante do Conselho Nacional de Educação do MEC, destacou a importância do ensino diferenciado. Segundo ela, essa é uma das principais metas das diretrizes do ensino nacional indígena. Doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rita Potiguara explicou que a escola tem que estar adequada as características de cada comunidade indígena. A especialista falou, ainda, sobre os marcos legais e políticos do setor, entre eles, os Territórios Etnoeducacionais criados em 2009.


O doutor em Educação pela USP, Daniel Munduruku(PA) também participou dos debates. Ele abordou o caráter educativo do movimento indígena brasileiro.          

E o Guarani Kaiowá,Tonico Benites, falou sobre a trajetória e a luta contemporânea dos povos Guarani. Doutor em Antropologia Social pela URFJ, Benites destacou a importância dos índios para a construção do país e lamentou por essa presença histórica, ainda hoje, não ser reconhecida. Ele abordou, em seguida, a situação do povo Guarani Kaiowá na questão de terras e exibiu para os alunos um vídeo feito pelos índios, mostrando a violência sofrida pela comunidade.

O curso Dimensões das Culturas Indígenas, que nesta edição teve como tema "Protagonismo indígena em educação, literatura e política",  acontece, anualmente, no Museu do Índio, visando atualizar estudantes e incentivar a  realização de pesquisas na área indigenista.           

 

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Por: Denise Saltarelli

Comunicação Social/ MI
03/08/2015