O Museu do Índio, por meio da sua Coordenação de Divulgação Científica - CODIC, se dedica à produção e divulgação de informações especializadas sobre a história e aspectos da cultura e do modo de vida das sociedades indígenas no Brasil. O tradicional curso de férias Dimensões das Culturas Indígenas é o destaque da programação.
Em 1955, o Museu do Índio implantou um "Curso de Aperfeiçoamento em Antropologia Cultural", sob a direção do antropólogo Darcy Ribeiro, tornando-se precursor dos programas de pós-graduação em Antropologia, institucionalizados posteriormente no Brasil. Entretanto, mudanças políticas no Serviço de Proteção aos Índios, a quem o Museu era subordinado, iriam provocar a extinção do curso no final dos anos 50.
Diante da crise do indigenismo nos anos 60, só no início dos anos 70, a museóloga Marília Nunes e o antropólogo Ney Land organizaram no Museu os cursos de férias denominados, inicialmente, de "Noções de Museologia e Antropologia", e depois, ao longo da década, restritos a "Noções de Antropologia". Com boa repercussão junto ao público universitário, o curso foi responsável por motivar inúmeros estudantes a prosseguir carreira, no trabalho junto aos povos indígenas e/ou desenvolver estudos pós-graduados em Antropologia e Etnologia. Esses cursos foram ministrados até 1980, quando foram suspensos diante de nova crise enfrentada pelo Museu do Índio.
Nos anos 90, entre 1995 e 1999, o Museu do Índio e a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) promoveram uma nova série de cursos intitulada "Dimensões das Culturas Indígenas", com temas diversos a cada ano. Os cursos tinham por objetivo propiciar o encontro de pesquisadores profissionais das ciências sociais com estudantes universitários e técnicos de áreas afins. Nesse período, ministraram palestras no Museu antropólogos famosos como Eduardo Viveiros de Castro, Julio Cezar Melatti, João Pacheco de Oliveira, Ester Langdon, Rubem Wrigth e muitos outros.
Interrompido em 2000, o curso "Dimensões" foi retomado a partir de 2008, por acreditarmos que este caminho estimula estudos e pesquisas nas áreas de Etnologia e Indigenismo, além de ações políticas futuras, solidárias aos povos indígenas. Outra meta do curso é superar a carência de informações atuais, ampliando as informações desprovidas de preconceitos contra os povos indígenas. Este é nosso objetivo primeiro, aquele que sempre deu significado à própria existência do Museu do Índio.
O Museu do Índio pretende dar continuidade a esse tipo de iniciativa nos próximos anos. Para isso, contamos com a colaboração e divulgação de todos os alunos que passaram pelo "Dimensões das Culturas Indígenas" e vivenciaram uma experiência enriquecedora, que contribuiu para ampliar seu respeito e admiração pelos povos indígenas.
Memória:
