Abriga importantes conjuntos documentais relativos à Etnologia Indígena e à política indigenista brasileira do período de 1890 aos nossos dias.
Os conjuntos documentais em questão correspondem aos seguintes fundos institucionais:
* Comissão Rondon (1890-1930)
* Serviço de Proteção aos Índios – SPI (1910 - 1967)
* Conselho Nacional de Proteção aos Índios – CNPI (1939-1967)
* Fundação Brasil Central – FBC (1943-1967)
* Museu do Índio (1950 aos nossos dias)
Tal acervo constitui um total de 125.916 documentos totalmente organizados, inventariados e abertos à consulta.
O fundo SPI pode ser consultado via Internet por meio das seguintes Bases de Dados:
* Inventário Sumário do Serviço de Proteção aos Índios
* Catálogo dos Povos Indígenas do Sul da Bahia
O Museu do Índio abriga um dos mais importantes acervos etnográficos contemporâneos da América Latina.
São cerca de 16 mil objetos dos povos indígenas brasileiros, que incluem peças de uso ritual e cotidiano feitas dos mais variados materiais, como madeira, palha, argila e etc., obtidas diretamente dos índios através de doações e compras, a partir de 1947. Entre essas peças encontram-se objetos rituais, mágicos e lúdicos, instrumentos musicais e de sinalização, e de materiais ecléticos, assim como objetos feitos de fibras, tecidos, cerâmica e de outros materiais.
A Biblioteca Marechal Rondon, primeira voltada exclusivamente ao estudo do índio brasileiro, teve origem juntamente com a criação do Museu do Índio, em 1953.
Seu acervo inicial foi resultante da reunião das coleções dos extintos Serviço de Proteção aos Índio (SPI), Conselho Nacional de Proteção aos Índios (CNPI) e da biblioteca particular do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
As 16 mil obras que compõem seu acervo incluem um conjunto relevante de obras raras e coleções completas de periódicos importantes que conferem à Biblioteca Marechal Rondon um caráter especial no âmbito das instituições de pesquisa sediadas no Rio de Janeiro e no Brasil.
Estão também à disposição para consulta vídeos VHS sobre povos indígenas e política indigenista.
Instalada no andar térreo de um casarão construído na segunda metade do século XIX, a biblioteca ocupa uma área, totalmente climatizada, de 150 metros quadrados, distribuídos entre sala de leitura, sala multimídia, acervo e sala de processamento.
Além dos serviços técnicos de rotina, são elaboradas bibliografias sobre temas específicos e boletim mensal de novas aquisições. A informatização da biblioteca, desde 1997, vem permitindo uma melhor recuperação das informações por assunto e um controle mais eficiente sobre as obras, além de disponibilizar as bases de dados na Internet.
O acervo audiovisual do Museu do Índio é composto por 68.217 documentos de diferentes povos indígenas, alguns já desaparecidos.
Destacam-se as 1.439 imagens em chapas de vidro e 292 imagens em acetato resultantes dos trabalhos da Comissão Rondon, que instalou as linhas telegráficas no interior do Brasil. Estas expedições, chefiadas pelo Marechal Rondon, percorreram o país entre 1890 e 1930.
Além de fotos, o Museu conta ainda com um acervo de filmes, vídeos e fitas sonoras.
Os Laboratórios de Restauração do Museu do Índio são modernamente aparelhados e contam com técnicos treinados no restauro de acervo orgânico, tendo obtido apoio de instituições especializadas no Brasil e no exterior.
No Museu do Índio existem três espaços destinados à conservação do acervo. São eles: Laboratório Etnográfico, Laboratório de Úmidos e Laboratório de Papel. Neles, são utilizados procedimentos, técnicas e produtos específicos para o tratamento de cada tipo de obra.
Equipados para a aplicação de intervenções necessárias e específicas às coleções de livros, fotos, filmes, documentos e objetos etnográficos, os laboratórios do Museu do Índio também prestam serviços especializados a outras instituições que precisam de apoio nesta área.
A preocupação é constante com uma política de conservação adequada aos nossos acervos, mantendo-os em boas condições para pesquisa e exposições, preservando um patrimônio voltado principalmente para as comunidades indígenas.
Instituído em 1993, o SEP vem se dedicando à produção e divulgação de informações especializadas sobre a história e aspectos da cultura e do modo de vida das sociedades indígenas no Brasil.
Composto por técnicos da área de Ciências Sociais e Humanas - Antropologia, Etnologia Indígena, Etnohistória entre outras - o Serviço desenvolve diversas atividades ligadas à linha de atuação do Museu, entre elas:
- identificação e descrição dos acervos;
- produção de verbetes para a base de dados do Museu;
- divulgação de trabalhos nos Boletins do Museu do Índio;
- colaboração na produção de vídeos institucionais e em publicações científicas e jornalísticas diversas;
- palestras e participações em debates e seminários em instituições de ensino;
- organização de eventos científicos - cursos e seminários - sobre a cultura indígena;
- suporte técnico a projetos realizados em parceria com comunidades indígenas.
Em 1999, o SEP iniciou um amplo projeto setorial, destinado a subsidiar pesquisas etnológicas com base nos documentos textuais sob a guarda do Arquivo do Museu, relativos ao Serviço de Proteção aos Índios (SPI), órgão que antecedeu à FUNAI. Em dezembro de 2002, inaugurando a coleção Fragmentos da História do Indigenismo, foi publicado o primeiro resultado do trabalho, com a edição do catálogo Povos indígenas no sul da Bahia - Posto Indígena Caramuru-Paraguaçu (1910-1967). O trabalho também foi divulgado sob a forma de CD-Rom. Encontra-se em andamento o preparo de diversos outros catálogos, abrangendo inicialmente a documentação referente aos postos indígenas do Nordeste brasileiro.
A equipe do SEP atende ainda demandas específicas de instâncias administrativas da FUNAI, realizando trabalhos tais como: identificação e delimitação de terras indígenas, em todo o Brasil; elaboração de laudos antropológicos sobre determinada terra indígena; pesquisa documental e bibliográfica sobre a história de vários povos indígenas.