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Direito, arquitetura e literatura em Dimensões Indígenas

A primeira semana do curso Dimensões 2015 foi rica em debates protagonizados por intelectuais indígenas.

Um time de peso mostrou ao que veio nas discussões sobre direito, arquitetura, literatura, educação e política indígenas no Brasil.

img 7351Na aula inaugural a plateia, formada por mais de setenta pessoas, ouviu o advogado Terena (MS), Luiz Amado, sobre o processo de demarcação de terras. Ele fez uma análise crítica a respeito do assunto que é, ainda hoje, um desafio para os povos indígenas.
Além disso, após fazer um balanço histórico desde o Brasil Colônia até a República, o advogado destacou o avanço que representou a Constituição de 88, quando foi deixada de lado a prática de tutela pelo estado e devolvido, aos índios brasileiros, o direito inquestionável de falar por si e assumir o exercício de sua própria cidadania.
A literatura indígena também foi destaque entre os temas da semana. Em uma envolvente tarde de poesia e prosa, a educadora Potiguara(RN), Graça Graúna, falou sobre a produção literária indígena contemporânea, citou e leu autores da atualidade e abordou a natureza questionadora das obras de escritores indígenas.

img 7420No dia seguinte, foi a vez da primeira doutora indígena do Brasil, a linguista Maria Pankararu(PE) tomar a palavra. Após cumprimentar os alunos com um -Tahã (olá, eu cheguei), ela falou sobre os desafios da língua Ofayé(MS) que tem hoje apenas oito falantes. Os participantes puderam conhecer a pesquisa de Maria Pankararu e saber um pouco sobre a quase extinta língua do "povo do mel".
Os debates da semana prosseguiram com a aula do lider político Baniwa(AM), Gersem José dos Santos Luciano. Ele falou sobre a visão cosmopolítica dos povos que habitam a região do Alto Rio Negro e destacou a educação indígena como um grande desafio a ser vencido. Gersem Baniwa ressaltou a necessidade de integração entre as sociedades indígenas e não indígena. Após a palestra, o doutor em Antropologia pela UnB, conversou com a Comunicação Social do Museu do Índio. Ele ressaltou a importância do curso, ministrado, este ano, por intelectuais indígenas. Gersem apontou a iniciativa como um raro e fundamental espaço de diálogo, sendo, segundo ele, um grande incentivo para a construção de uma sociedade plural que respeite as diferentes culturas e modos de viver.
img 7366A primeira etapa do curso terminou com uma mesa redonda formada pelo cineasta Guarani(RJ) Lucas Benites Xunu, pelo arquiteto Baikairi(MT), Jucimar Paikyre  e pelo professor Guarani(RJ),Algemiro Poty.  A tarde foi marcada por uma dinâmica interativa entre os alunos e os integrantes da mesa, que falaram sobre questões específicas de suas comunidades.
Lucas Xunu falou sobre a importância da tecnologia para o registro da cultura indígena, e mencionou a produção audiovisual que realiza na aldeia Sapucay- TI Angras dos Reis, em parceria com o Museu do Índio.
Jucimar Paikyre, contou sobre o trabalho que desenvolve junto ao SEBRAE. A iniciativa utiliza o conhecimento sobre o uso de recursos naturais na arquitetura indígena, em construções idealizadas para o meio urbano.
Algemiro Poty explicou como acontece, hoje, a educação nas escolas das aldeias da etnia, no Rio de Janeiro.
As aulas prosseguem até sexta-feira(31/07). Veja aqui mais fotos do evento.

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