O Museu do Índio lamenta profundamente o falecimento do servidor José Oado, de 60 anos, no último dia 20 de dezembro de 2020, vítima de contaminação pelo novo coronavírus.
Indígena representante do povo Guarani-Kaiowá, Oado era também professor de História no Instituto Benjamin Constant. Atuava na preservação e promoção do patrimônio cultural indígena a partir do protagonismo no trabalho de ampliação do acesso das obras bibliográficas do museu ao público com deficiência visual, do qual também fazia parte.
José Oado era servidor do Museu há 37 anos e atuou diretamente na divulgação das culturas indígenas a pessoas com deficiência visual
Sua atuação fez do Museu do Índio um dos pioneiros na preocupação com a acessibilidade. Durante os 37 anos em que trabalhou no Museu, o servidor transcreveu lendas e narrativas indígenas para o braille e auxiliou o público da Biblioteca Marechal Rondon no uso do Dosvox, ferramenta que possibilita às pessoas com deficiência visual realizar pesquisas no acervo bibliográfico. “Era bom ver como o José se sentia respeitado, importante e digno com o trabalho que fazia”, comentou Carlos Augusto Freire, servidor aposentado, ao lembrar o início da trajetória de Oado no Museu, nos anos 80.
O falecimento de José Oado transcende a despedida familiar e institucional, constituindo-se uma perda à sociedade nacional e ao povo Guarani-Kaiowá. O Museu do Índio orgulha-se por poder carregar consigo o legado de seu trabalho singular e, principalmente, por ter experienciado o valioso encontro entre nossas histórias.
Para saber mais sobre o trabalho de José Oado com o Dosvox clique aqui
Equipe do Museu do Índio