Sob curadoria da antropóloga Els Lagrou, a exposição reúne 700 peças e 20 filmes de 24 etnias do Brasil,
além de 18 da África, da Ásia e das Américas, em sete ambientes - Viagem, Mito, Encontro, Troca, Brilho, Ritual, Encanto e Mergulho -, com instalações multimídias interativas no casarão central do Museu do Índio.
Diferentes povos indígenas participaram da confecção dos objetos exibidos, na mostra, por meio de oficinas de transmissão de saberes, assim como na produção de imagens sobre técnicas de trabalho com miçangas. Todo esse trabalho vem sendo desenvolvido com a participação de inúmeros pesquisadores indígenas, no âmbito do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas - PROGDOC - criado, em 2008, em parceria com a Unesco. O Programa foca na proteção da diversidade cultural do Brasil, além de promover a inclusão social.
Um caminho que se faz de contas - Américas, África e Ásia
“No caminho da miçanga, um mundo que se faz de contas” reflete sobre os variados sentidos que o exotismo pode assumir, assim como sobre as possíveis relações com o "outro" e os seus enfeites. Aponta para a discussão dos conceitos de diversidade e de tolerância.
A exposição aborda o tema ‘miçanga’, com histórias que falam do comércio e da exploração, do fascínio mútuo entre povos distintos, do encontro e do desencontro de perspectivas entre viajantes e nativos. Para a curadora Els Lagrou, "enquanto o colonizador julgava estar trocando quinquilharias contra preciosas matérias primas, a maioria dos povos nativos desejava muito essas contas, vindas do ultramar. Apesar de fazerem suas próprias contas, às vezes muito parecidas com as estrangeiras, as contas de vidro eram novidades, preciosidades exóticas."
Miçanga é derivada de masanga, palavra de origem africana, que significa “contas de vidro miúdas”. Com estas miudezas, povos do mundo inteiro, do Norte ao Sul, do Oriente ao Ocidente, produzem impressionantes obras de arte. Mais do que um objeto ou um conceito, a miçanga é pura relação: sua definição se faz no encontro entre mundos distantes.
Muitos povos diferentes são fascinados por essas continhas de vidro coloridas, desde a Antiguidade até os dias de hoje. O que vem de fora, no pensamento desses povos, tem um valor diferenciado, inspira e faz construir novas relações, novos padrões de beleza e abre novas possibilidades.
O Museu do Índio convida o público a mergulhar nessas relações diferentes, interagindo entre os vitrais, silhuetas e outras instalações tanto no casarão quanto no jardim da instituição.
A exposição tem o apoio da UNESCO e do Programa de Pós Graduação em Sociologia e Antropologia - IFCS da UFRJ.
Clique na figura abaixo e veja mais fotos.
Horário de visitação:
de terça a sexta, das 9 às 17h30min.;
sábados, domingos e feriados, das 13 às 17 horas.
Grátis.
Rua das Palmeiras 55 - Botafogo Rio de Janeiro - RJ
CS-23/03/2016