A Diretora Geral da UNESCO, Irina Bokova, esteve nessa segunda-feira, 21 de setembro, no Museu do Índio, em Botafogo, para entregar novos produtos do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas – PROGDOC – a representantes de cinco etnias brasileiras: Paresi, Karajá, Enawene Nawê, Maxakali e Kayapó.
A cerimônia contou com as presenças do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, e do Presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa, entre outras autoridades.
O PROGDOC é uma iniciativa do Museu do Índio/FUNAI que a partir de 2008, com o apoio da UNESCO, passou a coordenar o registro do modo de vida dos povos indígenas, seus conhecimentos, suas culturas. A formação de pesquisadores indígenas e a criação de arquivos digitais, em centros de documentação nas aldeias e no Museu do Índio, estão entre os objetivos da iniciativa que tem a participação de instituições de pesquisa do Brasil e do exterior.
Entre os produtos dos Projetos de Documentação de Línguas – ProDoclin – estão publicações e material audiovisual produzidos em campo que serão distribuídos entre as aldeias e as escolas indígenas, a fim de servir de instrumento de pesquisa e ensino aprendizagem por parte das comunidades.
No evento, o presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa, comemorou os resultados alcançados no Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas, destacou o trabalho do Museu do Índio na guarda da história dos povos indígenas brasileiros e ressaltou a importância da construção urgente de políticas públicas pois "muito ainda precisa ser feito pela juventude, pelas crianças, pela sociedade plural de nosso País".
Para o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, "não haverá democracia no Brasil se nós não definirmos um papel importante para os povos indígenas dentro da nossa sociedade garantindo seus territórios, garantindo a possiblidade de preservação das suas tradições e aparelhando-os para que eles possam alcançar uma relação de igual para igual com a sociedade nacional".
A Diretora Geral da Unesco, Sra. Irina Bokova, mencionou a preocupação da Unesco com a salvaguarda das línguas indígenas e lembrou que "cada língua que desaparece é toda uma memória, toda uma cultura que desaparece" e que preservar esse patrimônio extraordinário para a humanidade é dever de todos.
Na foto ao lado, o Cacique Akijaboro Kayapó, o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, a Diretora Geral da Unesco, Irina Bokova, o Presidente da Funai, João Pedro da Costa, a Presidente do IPHAN, Jurema Machado, e o Diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho.
O Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígens - PROGDOC beneficia 35 etnias de norte a sul do Brasil e abrange quatro projetos - Prodoclin (de línguas indígenas), Prodocult (de culturas), Prodocerv (de preservação de acervos) e Prodocson (de documentação sonora). Até o momento, já foram realizadas 331 oficinas de vídeo, de texto e de qualificação de acervo.
Documentar as línguas e as culturas indígenas tornou-se uma tarefa urgente. Trata-se de um patrimônio que se encontra sob a ameaça de desaparecer, em grande parte, no decorrer deste século. O Museu do Índio/FUNAI e a UNESCO incentivam esses projetos com o objetivo de fortalecer os conhecimentos e as práticas culturais compartilhadas por diferentes etnias.
Acima, a Diretora Geral da Unesco, Sra. Irina Bokova, o Diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho, o Presidente da FUNAI, João Pedro da Costa, o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o Cacique Akijaboro Kayapó, em visita à exposição "No caminho da miçanga, um mundo que se faz de contas". Clique aqui para ver mais fotos do evento.
(Fotos: Paulo Múmia)
CS-MI
21/09/2015