No século XVI, quando os europeus desembarcaram no litoral brasileiro, encontraram o entorno da Baía de Guanabara habitado por milhares de índios. Com línguas da família tupi-guarani,
os Tupinambá, Temiminó e Tupinikin nomearam rios, lagoas, montanhas, pedras, árvores, plantas e animais. Desde 18 de maio, o Museu do Índio / FUNAI e o Museu da Justiça do Estado do Rio de Janeiro promovem, no Rio, as exposições "O Rio de Janeiro continua índio", no Antigo Palácio da Justiça , e "Jeito de fazer memória: novos modos indígenas de documentar língua e cultura", no Fórum Central.
A proposta da primeira mostra é esclarecer a população sobre a presença indígena no Rio de Janeiro. Já "Jeito de fazer memória" destaca a experiência do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas - PROGDOC, do Museu do Índio/FUNAI em cooperação com a Unesco, com as etnias Wayana e Paiter Suruí. Como curadores, os antropólogos Carlos Augusto da Rocha Freire, José Carlos Levinho e Ione Couto.
A contribuição indígena ao Rio de Janeiro está presente no patrimônio cultural material e imaterial da cidade. Conforme explica o professor José Ribamar Bessa (Uerj/Unirio), "no patrimônio de pedra e cal, entre outros, encontramos os Arcos da Lapa, construído com o sangue e o suor dos índios, conforme a carta do século XVII escrita por André Soares, responsável pela construção do aqueduto que trouxe água do rio carioca para a cidade". E acrescenta: "Carioca é o nome do rio sagrado dos Tupinambá que significa "morada (oca) do acari", um peixe que cava buracos na lama e ali mora."
Visitação:
Antigo Palácio da Justiça, Rua Dom Manuel 29 - 3º andar: de segunda a sexta-feira, das 10 às 18 h; sábado, de 12 às 17 horas.
Fórum Central, Térreo: de segunda a sexta-feira, das 11 às 18 horas.
Até 31 de julho.
Grátis
Para o visitante José Roberto Ferraz, 45, "é muito importante que a população do Rio de Janeiro saiba como os índios viviam e vivem até hoje." José explicou que já conhecia um pouco da cultura indígena assistindo a programas da TV Brasil.
Fórum Central Antigo Palácio da Justiça
Por: Cristina Botelho
Comunicação Social/MI
02/06/2015