Novos produtos do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas-PROGDOC foram apresentados na sede da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, em Brasília.
O lançamento de 15 publicações e de 13 dossiês aconteceu em 15 de maio e marcou mais uma etapa cumprida no âmbito dos projetos de documentação de línguas indígenas.
Na mesa de abertura, o representante da Sociedade de Amigos do Museu do Índio, Prof. Dr. José Ribamar Bessa, a Coordenadora de Cultura da UNESCO no Brasil, Sra. Patrícia Reis, o Diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável / FUNAI, Sr. Júlio César Gomes Pinho, o Diretor do Museu do Índio, Sr. José Carlos Levinho, e a Coordenadora do Projeto de Documentação de Línguas Indígenas, Profa. Dra. Bruna Franchetto.
As publicações reúnem narrativas tradicionais e autobiográficas, livros de letramento, glossário enciclopédico, documentação etnográfica e registros de música vocal e instrumental. Todo o material foi produzido por pesquisadores indígenas em oficinas de documentação linguística, de editoração, de desenhos, de técnicas de informática, entre outras.
Os dossiês linguísticos contêm, além das publicações, todo material de áudio e vídeo produzido durante as viagens a campo pelas equipes de pesquisadores de línguas indígenas com aprovação das comunidades envolvidas. Todo esse material será distribuído entre as aldeias e as escolas indígenas, de modo a servir de instrumento de pesquisa e ensino-aprendizagem por parte das comunidades.
Os professores indígenas Fernando Kanoê, Woubedu Karajá e Korotowi Tafarel Ikpeng, representando as 13 etnias envolvidas no Programa, participaram da entrega simbólica dos dossiês. Os produtos dos 13 projetos de documentação de línguas indígenas serão distribuídos nas aldeias e escolas indígenas para uso em salas de aula.
Desde 2008, quando o Programa foi lançado em parceria com a UNESCO, mais de 30 mil indígenas foram beneficiados pelos 42 projetos de línguas, culturas e acervos desenvolvidos. A formação de pesquisadores indígenas e não indígenas e a criação de arquivos digitais, em centros de documentação nas aldeias e no Museu do Índio, são outros objetivos da iniciativa. O Programa abrange quatro projetos - Prodoclin (de línguas indígenas), Prodocult (de culturas), Prodocerv (de preservação de acervos) e Prodocson (de documentação sonora).
A preocupação com o registro sobre o modo de vida desses povos é um movimento fundamental diante das intensas mudanças por eles vivenciadas. Documentar as línguas e as culturas indígenas tornou-se uma tarefa urgente. Trata-se de um patrimônio que se encontra sob a ameaça de desaparecer, em grande parte, no decorrer desse século.
Lideranças indígenas e técnicos do Museu do Índio e do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas festejaram os resultados que vêm sendo alcançados. Veja aqui mais fotos do evento.
Veja alguns números do PROGDOC:
• 35 Povos indígenas envolvidos
• 14 Estados
• Mais de 30 Mil indígenas
• 200 Pesquisadores indígenas
• 331 Oficinas
• 1.626 Horas de filmagens de vídeo
• 425 Horas de gravações sonoras
• 70.070 Fotografias digitais
• 30 Filmes produzidos
• 42 Publicações editadas
• 13 Dossiês linguísticos produzidos
• 30 Galerias de fotos para sites construídas
• 25 Mostras temporárias apresentadas
Equipe Karajá no lançamento das publicações do PROGDOC
PRODOCLIN - Gramáticas Pedagógicas de Línguas Indígenas
Parceria entre UNESCO e Museu do Índio produz gramáticas e documenta 13 línguas indígenas
Treze línguas indígenas faladas no Brasil e sob ameaça de extinção
Brasil pode perder 30% de suas línguas indígenas nos próximos 15 anos- Agência Brasil
Funai e Unesco lançam publicações sobre línguas indígenas - Agência Brasil
Por Rosangela Abrahão
Jornalistas do Museu do Índio em Brasília-DF
Fotos: Mário Vilela/FUNAI
15/05/2015