A secretária da SEPMulheres, Concita Maia, esteve visitando, na última semana, as aldeias Amparo, Mutum e Nova Esperança, localizadas na Terra Indígena Yawanawá do Rio Gregório para entregar as Casas de Cultura e Produção da Mulher Indígena. As três sedes abrangerão todas as outras comunidades do entorno.
A Casa de Produção e Cultura da Mulher Indígena será utilizada para a confecção de artesanato em geral e oficinas profissionalizantes. Além disso, possibilitará a troca de conhecimentos e experiência das índias tradicionais com as novas gerações.
"Agradecemos ao governo do Acre e à Concita, que nos ouviu, pois tudo nasceu de uma conversa e agora estamos vendo isso se concretizar", afirmou a pajé da aldeia Nova Esperança, Putany Yawanawá.
Segundo o cacique da Nova Esperança, Biraci Yawanawá, o espaço fortalecerá a identidade cultural da aldeia. "Há muito tempo as nossas mulheres deixaram de fazer nossos cestos, cerâmicas e pinturas. Este lugar será uma retomada de um tempo esquecido. Temos aqui um governo que acredita em um povo. Está na hora de trazemos de volta a identidade das mulheres indígenas, a força, a beleza e o orgulho do nosso povo", ressaltou.
Para a liderança da aldeia Mutum, Júlia Yawanawá, o projeto qualificará ainda mais os artesanatos produzidos pelas índias. "Os equipamentos de produção nos permitirão a confecção de materiais mais duradouros. Sabemos que isso dará certo porque não é uma coisa que vem de fora, mas algo que saiu como demanda da nossa realidade", disse.
"Estamos trabalhando para levar as políticas públicas de gênero aos lugares mais distantes. Futuramente escoaremos os produtos para o mundo", enfatizou Concita Maia.
Ampliando Sonhos
Para o líder indígena Biraci Yawanawá, a Casa de Produção foi um dos maiores projetos já realizados dentro da aldeia. "Eu acho que é a casa mais abençoada, nesses últimos anos, de trabalho com o governo. A gente já sonha aumentá-la, para que possamos trabalhar com a tecelagem", disse.
A proposta de ampliação da Casa prevê uma parceria entre os povos yawanawá e kaxinawá. A SEPMulheres fará a articulação, possibilitando que a troca de experiência e conhecimento entre as etnias aconteçam.
"A ideia da tecelagem é muito importante, uma vez que essa casa de autonomia econômica da mulher é também uma casa de cultura. Lá acontecerão os repasses de conhecimentos do povo Yawanawá mais velho para as novas gerações", afirmou a secretária Concita.
Comercialização
Uma parceria formada entre a Secretaria de Políticas para Mulheres e a Secretaria de Estado de Turismo e Lazer (Setul) proporcionará às índias o escoamento dos produtos para feiras municipais, estaduais, nacionais e internacionais.
"A Setul tem ações que articulam e apoiam os artesãos acreanos em feiras e eventos. A escoação dos artesanatos produzidos pelos yawanawás é uma possibilidade real, bem como a de outros povos indígenas", explicou a gestora de artesanato da Setul, Simone Nascimento.
Saúde Itinerante
No mesmo período, também estiveram presentes na Terra Indígena Yawanawá do Rio Gregório uma equipe da Secretaria de Estado de Saúde com o programa Saúde Itinerante, composta por ginecologista, bacteriologista e assistente social.
As comunidades indígenas receberam atendimento médico e social, além de medicamentos para o tratamento das doenças. "É muito gratificante fazer parte de um governo que leva as políticas públicas para dentro das aldeias", afirmou Concita Maia.
04/02/2013 - 15:46
Maria Meirelles (Assessoria SEPMulheres)