Formada por 120 famílias, a comunidade indígena Tingui Botó, localizada na Zona Rural de Feira Grande, conheceu as ações de desenvolvimento sustentável que passarão a ser desenvolvidas pelo Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater/AL). Durante uma manhã inteira dedicada a explicações sobre a qualidade dos alimentos, o manejo dos animais e as alternativas de alimentação, a comunidade pode tirar dúvidas e conversar com técnicos da Emater/AL.
Desde 2010 a comunidade foi beneficiada com a inclusão das mulheres boleiras no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na distribuição de sementes de feijão e a capacitação sobre boas práticas de fabricação. As mais recentes ações foram a implantação da horta comunitária, da horta medicinal e a distribuição de mil mudas para o reflorestamento na aldeia.
De acordo com o engenheiro agrônomo, Mário Jorge dos Santos, o interesse da comunidade em criar a horta comunitária foi o diferencial no desenvolvimento das demais ações. “As mulheres da comunidade participaram de uma capacitação sobre hortaliças, o que provocou um interesse para por em prática o aprendizado. Depois surgiu a ideia de cultivar plantas medicinais e a demanda de reflorestar a área que tinha sido desmatada”, contou o extensionista da Emater/AL.
Para produção de artesanato, como bolsas, vassouras, chapéus e esteiras, a comunidade recebeu com festa 500 mudas de Ouricuri. A planta é considerada especial para a comunidade indígena, e o motivo é guardado como grande segredo. “Trabalhamos para preservar e zelar pela nossa cultura e pelo desenvolvimento da comunidade. O que o Governo fizer em favor desse desenvolvimento estamos apoiando. Nesse momento o mais importante é o retorno das atividades da Emater/AL, que nos fez muita falta, e deve agora trazer investimentos e crescimento para o nosso povo”, afirmou o cacique Eliziano de Campos.
Durante o dia especial, o grupo indígena apresentou o Toré, ritual considerado o símbolo maior de resistência dos povos indígenas do Nordeste. O ritual é sempre apresentado tanto com o objetivo religioso quanto festivo. Após a apresentação cultural foram servidos quitutes produzidos pelo grupo de mulheres indígenas. O grupo de mulheres comercializou, em 2011, R$ 17 mil para o PAA. Para este ano a previsão é que o grupo comercialize quase R$ 22 mil. A ação foi desenvolvida pela Gerência Regional Agreste.
Fonte: Agência Alagoas