Fortalecimento das cadeias produtivas de pescado e castanha, pelas comunidades indígenas é a prioridade da parceria
O manejo do pescado e da castanha em comunidades indígenas são as atividades consideradas prioritárias pela câmara técnica de “Sustentabilidade Econômica dos Povos Indígenas”, a número 4 do Comitê Gestor do Plano de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai), para execução a partir deste ano.
O plano de trabalho que define essas ações começou a ser socializado esta semana com as coordenações regionais da instituição no Estado.
Nesta terça-feira (29), em reunião coordenada pela Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) no auditório do Sindipetro, no Centro de Manaus, os representantes da Funai puderam contribuir com sugestões para o plano de atuação integrada.
Uma das principais ações da câmara técnica 4 é o fortalecimento da cadeia produtiva do pescado. Ao identificar o potencial das comunidades indígenas nesse campo, a câmara providenciará todo o procedimento para que os planos sejam executados, com a realização de oficinas e, consequentemente, mapeamento e vigilância dos lagos, além da contagem dos peixes.
“Nesse caso, as organizações precisam estar constituídas e/ou regularizadas para que também possam receber os benefícios e ter plano de manejo regularizado”, observou o técnico da Seind, Zuza Cavalcante, do povo Mayoruna.
Zuza lembrou que localidades como Jutaí, já possuem um trabalho avançado de manejo de pesca, mas a meta é estender a ação para outros municípios com grande potencial, como Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Tonantins e Tapauá.
Castanha
A cadeia produtiva da castanha também ganha atenção especial da câmara técnica. Municípios como Nhamundá, que já possui um trabalho iniciado com os indígenas, vão continuar recebendo atenção. Mas, a proposta é avançar também em Tefé, Alvarães, Coari, Boca do Acre, Maraã, Japurá, Amaturá e Manicoré.
“Já definimos para a primeira quinzena de julho, uma agenda em Manicoré, onde a discussão da cadeia produtiva será feita com indígenas e não indígenas”, informou o chefe do Departamento de Etnodesenvolvimento da Seind e coordenador da câmara Gestão Ambiental e Territorial das Terras Indígenas, Cristiano Oliveira.
As outras duas câmaras que formam o comitê são de Promoção dos Povos Indígenas e de Qualidade de Vida dos Povos Indígenas.
Contribuição
As reuniões que vão fechar todo o planejamento de ações do comitê prosseguem até a próxima sexta-feira (1º.), com apoio técnico da Cooperação Técnica Alemã GIZ.
Durante esse período, as coordenações regionais da Funai também irão contribuir com as demais câmaras técnicas, inserindo propostas de ações oriundas do plano estratégico de ação da própria Funai, apresentado pela instituição no dia 19 de abril deste ano, durante a primeira reunião do Comitê Gestor em 2012.
A Funai tem seis coordenações regionais, cujas sedes funcionam em Humaitá (rio Madeira), Lábrea (rio Purus), São Gabriel da Cachoeira (rio Negro), Tabatinga (Alto Solimões), Atalaia do Norte e Manaus.
Parceria
Presidido pela Seind, o Comitê Gestor Indígena foi instituído pelo decreto estadual 31.052/10 e instalado em julho do ano passado, com a proposta de implantar e implementar ações nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, manejo de recursos naturais, pesquisa, esporte e outros.
Hoje, a instância tem a participação de 52 instituições parceiras, entre as quais o Senar, Idam, Sepror, ADS, Proderam e Coiab, que integram a câmara 4 e estiveram representadas na reunião desta terça-feira.