O Google lançou em Brasília, nesta quinta-feira (12), o Google Earth Outreach, um aplicativo para entidades sem fins lucrativos, como organizações ambientalistas, setor público e sociedade civil, conseguirem divulgar suas iniciativas e informações consideradas de interesse público.
No Brasil, o público-alvo inclui os povos indígenas, que já demonstraram interesse em utilizar ferramentas tecnológicas para preservarem sua cultura e floresta. Durante a tarde, a equipe da empresa vai oferecer treinamento a representantes de organizações não-governamentais e ao grupo indígena Suruí, para que já possam iniciar suas ações.
Em 2006, o líder do povo Suruí, um grupo de Rondônia, Almir Suruí, viajou até a Califórnia para pedir ajuda ao Google. Seu objetivo era mostrar ao mundo a importância da preservação da floresta e da sua cultura. O pedido foi aceito e a parceria vai começar a funcionar.
“Buscamos parceria com parte tecnológica com empresas. Os povos indígenas têm propostas de manter o território através de sua autonomia. Pretendemos usar o Google como instrumento dessas ações, para mostrar a conservação das áreas indígenas e convocar as pessoas do mundo a respeitar nossa floresta”, disse. O líder indígena acrescentou que é importante mostrar, em um cenário de mudança climática, o papel importante dos indígenas na conservação do território.
O presidente da Funai, Márcio Meira, ressaltou a importância de os próprios índios terem ferramentas para se comunicarem com o mundo, mostrando a importância da sua cultura. “Segundo uma pesquisa divulgada pelo Inpe, as terras mais protegidas em biodiversidade são as terras indígenas”, explicou. Ele disse ainda que a Funai vai acompanhar os resultados desse contrato entre o líder indígena e o Google para avaliar a possibilidade de usar a ferramenta com outros povos.
Mariana Alejarra / g1.com.br