Gravado na Aldeia Xavante Etenhiritipa, localizada na Terra Indígena Pimentel Barbosa, município de Canarana, Mato Grosso, o documentário Piõ Höimanazé – A Mulher Xavante em sua Arte apresenta, no dia 22 de janeiro, às 22h, o universo feminino das mulheres A’uwê – nome da língua falada pelos Xavantes, que se autodenominam A’uwê Uptabi, que quer dizer povo verdadeiro. Com roteiro e direção de Cristina Floria – que há 16 anos produz trabalhos nas aldeias Xavante – a produção é patrocinada pela Petrobras, com apoio institucional da Lei de Incentivo à Cultura / Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e co-produção do SescTV com A 2.0 Produções Artísticas.
Para produzir o documentário, a diretora e sua equipe permaneceram por 15 meses na Aldeia Xavante Etenhiritipa, onde vivem cerca de 300 pessoas. Colheram depoimentos de 12 personagens de diversas gerações e registraram o dia-a-dia dessas mulheres. A maioria das imagens captadas foi realizada por dois cinegrafistas Xavante: Jorge Protodi e Caimi Waiassé.
A produção passeia por cenário onde a natureza vive em harmonia com o povo que lá habita. Logo no início, a mulher mais velha relembra o passado, antes do contato com os warazu (homens brancos). Na sequência, crianças se banham em rios onde o progresso jamais navegou. Uma jovem fala sobre o seu casamento, realizado não por amor, mas por decisão de seus pais. Na cultura Höimanazé, os pais assumem o compromisso quando os filhos ainda são crianças, que é oficializado quando se tornam moços.
A tradição dessa brava gente pode ser observada em cada depoimento e cena inseridos no documentário. “Cortamos o cabelo, tiramos os cílios, as sobrancelhas e os pêlos do rosto para ficar bonito”, declara uma delas. Elas se dedicam à arte de fiar, passada de geração para geração; sofrem quando os filhos saem de casa para ficar retidos no Hö, a Casa dos Meninos; participam de rituais de dança; cortam lenha para cozinhar alimentos e assar bolo; cuidam da casa, dos filhos e dos maridos. Utilizam remédios para evitar a menstruação, preparados longe dos homens e das crianças, um segredo só delas; trabalham na lavoura de milho e confeccionam cestos.
Também está em pauta o hábito de raspar a cabeça quando estão de luto; o uso do buriti, palmeira de grande porte, que floresce em regiões de cerrado, da qual se aproveita tudo; a corrida de tora, em que duas mulheres correm com pedaços de troncos de árvores nas costas; e a dificuldade encontrada na hora de aceitar que o marido se case com mais de uma mulher, outra tradição da cultura Höimanazé.
Por fim, o documentário Piõ Höimanazé – A Mulher Xavante em sua Arte mostra a prática de assar bolo no cupinzeiro e os rituais que acontecem na hora do nascimento do bebê e na dança.
Serviço:
Piõ Höimanazé – A Mulher Xavante em sua Arte
Estréia: 22/01, às 22h.
Classificação Indicativa: 12 anos
Para sintonizar o SescTV
Canal 3, da Sky.
Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
Canal 137, da NET Digital
Em outras cidades consulte: www.sesctv.org.br
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