Brasília – Antropólogo, educador, escritor e político, Darcy Ribeiro (1922-1997) também deixou uma importante contribuição como fotógrafo, embora nunca tenha pretendido ser um profissional dessa área. Ao longo dos anos em que se dedicou à antropologia, produziu milhares de fotos das tribos indígenas que estudou em seus trabalhos de campo. Uma seleção desse acervo poderá ser vista na exposição O Olhar Precioso de Darcy Ribeiro, que será inaugurada amanhã (22), às 19h, na Caixa Cultural Rio de Janeiro.
A mostra integra a série de eventos Brasilidade, uma realização do Ministério da Cultura que antecede a cerimônia da Ordem do Mérito Cultural, marcada para o dia 2 de dezembro próximo, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, homenageando este ano Darcy Ribeiro.
O acervo faz parte do arquivo do antigo Serviço de Proteção aos Índios, órgão antecessor da atual Fundação Nacional do Índio (Funai) e no qual Darcy trabalhou como antropólogo. A exposição é fruto de uma parceria entre o Ministério da Cultura e a Sociedade de Amigos do Museu do Índio.
Para o também antropólogo e fotógrafo Milton Guran, curador da mostra, Darcy Ribeiro não se limitou à preocupação etnográfica nas fotos que realizou. “Ao fotografar, ele misturava os ânimos da descoberta científica e da experiência humana que os encontros interculturais nos possibilitam. Em suas imagens, a impressão que temos é que Darcy se deu ao luxo de agir como um turista acidental, a cultivar relações e recolher lembranças”.
Constam da exposição 50 fotografias inéditas, produzidas pelo antropólogo durante seus trabalhos com os Kadiwéu, Urubu-Ka’apor e Ofayé-Xavante. A mostra se completa com a projeção do filme Um Dia de uma Tribo na Floresta Tropical, do cineasta Hans Foerthmann, recentemente restaurado e digitalizado. O filme conta a história dos Urubu-Ka’apor.
O Olhar Precioso de Darcy Ribeiro fica em cartaz até 30 de dezembro, e pode ser vista de terça a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 10h às 21h.
Da Agência Brasil
Edição: Rivadavia Severo
