A aldeia Ikpeng Moygu, no Parque Indígena do Xingu, está em festa. Os velhos andam animados, de lado pra outro. Crianças esfuziantes - algumas apenas tratam o cotidiano como mais um dia de brincadeira. Adultos em corre-corre para que tudo esteja certo como planejam.
Fim de ano no Xingu. Muita gente enfeitada, corpos pintados, plumas sofisticadas, colares. Vozes afiadas pros cantos. E nesse último final de semana, um evento especial: a inauguração de um museu na aldeia, a Mawo - Casa de Cultura Ikpeng. Uma parceria da Associação Indígena Moygu Comunidade Ikpeng com o Instituto Catitu - Aldeia em Cena e o Museu do Índio/Funai, financiado pela Petrobras.
Sexta-feira, 10 de dezembro. Pela manhã, a festa Tagakteramo aquece as expectativas da sequência de cerimônias que marcam aos festejos. Orgulhosos da bela cultura, dançam e cantam no pátio central da aldeia, entram nas casas em fila, ecoam os cantos do pajé Araká e do coral de mulheres - capitaneadas pela anciã Airé, a principal cantora, parteira, avó e conhecedora das tradições. Festejar é coisa que os Ikpeng, um povo guerreiro com fama de bravo, sabe fazer.