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Aldeia monta acervo digital para controlar uso de imagem

Os Ikpeng montaram há duas semanas um banco de dados. O espaço, dentro da aldeia Moygu, recebeu o nome de Mawo - Casa de Cultura Ikpeng, em referência a uma das divindades da etnia. A inauguração, presenciada pelo Estado a convite do Instituto Catitu, foi dia de festa entre os Ikpeng. Na celebração, denominada Moyngu, ou apenas "alegria", os indígenas utilizaram câmeras de vídeo de última geração para capturar imagens da festa, além de potentes gravadores de som para coletar os cantos e o bater do chocalho nas danças.

Os Ikpeng, assim como as outras 13 etnias do Xingu, decidiram ter grande cuidado com uso da imagem e o acervo é uma maneira de deter controle sobre a exposição do grupo. Kumaré Ikpeng, líder da associação indígena da aldeia, acentua que o acervo é um espaço de "formação, registro e divulgação da cultura" da etnia. A base de dados foi concluída com patrocínio da Petrobrás e do Ministério da Cultura e tem apoio do Museu do Índio.

Os Ikpeng têm também uma oficina de vídeo do projeto Aldeia em Cena. Três filmes foram realizados e exibidos durante a festa, entre eles Pïrinop, meu primeiro contato, que reconta a chegada dos irmãos Villas Bôas pela ótica dos mais velhos da aldeia. Um trecho do vídeo está disponível no site estadao.com.br. Os indígenas também já aderiram às redes sociais por meio da internet via satélite. Muitos têm perfil ativo no Facebook ou no Orkut e trocam mensagens instantâneas com outros povos. Hoje há cerca de 4 mil índios no Xingu.


  O Estado de S.Paulo