O II Encontro da Nação Guarani começa hoje com a chagada de mais de mil originários dessa etnia que vieram da Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai e se encaminham à comunidade Jaguatí, departamento de Amambay, no norte.
Este encontro, que sessionará a partir de amanhã e vai até o sábado, 26 de março, é a continuação de uma reunião similar efetuada em fevereiro do ano passado no Paraná, Brasil, onde estiveram igual cifra de participantes.
Os delegados indígenas serão recebidos nesta terça-feira ao estilo tradicional dos sacerdotes religiosos guaranis e na quinta-feira está prevista a abertura com um ato a cargo do líder espiritual da comunidade Pâi.
A reunião se inscreve no programa comemorativo do Bicentenário da Independência e no vigésimo aniversário do Tratado de Assunção (26 de março), que deu origem ao Mercado Comum do Sul (Mercosul).
Para este segundo encontro pensou-se no Paraguai como território ancestral e com marcada presença da nação guarani, representados pelos povos Ache, Ava Guarani, Mby, Pai Tavyterâ, Guarani Ñandéva e Guarani Ocidental.
Os temas principais de debate versarão sobre territorialidade, o livre trânsito dos originários pelos territórios considerados Nação Guarani dentro do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e criação de uma instância permanente da Nação Guarani dentro do bloco regional.
O encontro de povos guaranis da América do Sul faz parte do projeto Mercosul Cultural, cujos ministros do ramo acordaram em junho do ano passado, em Buenos Aires, celebrar a segunda reunião neste país.
Ticio Escobar, ministro de Cultura, informou em coletiva de imprensa dias atrás que este encontro se cruza com os quatro eixos fundamentais para as celebrações dos 200 anos de independência do Paraguai, a se comemorar nos dias 14 e 15 de maio.
Eles são, disse, patrimônio e cultura tradicional, a construção de cidadania, memória e projeto e a constituição de coletivos e diálogos interétnicos a nível regional.
Escobar comentou que com este evento começam praticamente as grandes atividades do Bicentenário e "vem a ser como uma síntese de todos os programas" da celebração.
Para o encerramento no sábado está prevista a presença do presidente paraguaio, Fernando Lugo, e seus homólogos da Bolívia, Evo Morales, e do Uruguai, José Mujica, estes últimos ainda sem confirmar.
Fonte: Prensa Latina
