Em princípio, a proposta é realizar os jogos em três fases com 20 modalidades. Na primeira, a municipal, as provas seriam dentro das próprias localidades onde vivem os indígenas.
Manaus - Técnicos das secretarias de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e do Desporto, Juventude e Lazer (Sejel) estiveram reunidos, na tarde desta quinta-feira (9), para uma primeira conversa com vistas à disputa da primeira edição dos Jogos Culturais dos Povos Indígenas do Amazonas. O evento está previsto para novembro deste ano, mas alguns ajustes como proposta orçamentária e localização geopolítica das comunidades ainda deverão ser feitos no projeto original, para que seja apresentado ao governador Omar Aziz.
O objetivo é valorizar a cultura e garantir o resgate social dos povos indígenas do Amazonas por meio do esporte, além de promover alternativas de renda a essas populações.
Em princípio, a proposta é realizar os jogos em três fases com 20 modalidades. Na primeira, a municipal, as provas seriam dentro das próprias localidades onde vivem os indígenas.
Os campeões se classificariam automaticamente para competir a fase microrregional, na cidade-sede de cada polo, das sete regiões de atuação da Seind: Alto Solimões, Médio Solimões, Alto Rio Negro, Baixo Amazonas, Purus, Madeira e Manaus. Os melhores vêm a Manaus para a fase estadual, que são as finais.
Entre as modalidades cotadas para a disputa estão arco e flecha, zarabatana, cabo de força, canoagem, arremesso de lança e futebol de campo masculino e feminino.
Na próxima terça-feira (14), na Arena Amadeu Teixeira, os organizadores vão definir uma data para apresentar o projeto aos representantes das comunidades. Mas tanto a Seind quanto a Sejel – com apoio de parceiros como a Seduc – começam a trabalhar para realizar um grande evento, nos moldes dos Jogos Escolares do Amazonas (JEAs).
"Vamos conversar com as bases e fazer o convite para todos", informou o coordenador de Promoção Cultural, Esporte e Lazer da Seind, Rafael Costodio Tikuna, após a reunião desta quinta-feira, na sede do órgão. "É um evento possível de ser realizado, existe vontade política para isso", acrescentou Ricardo Marrocos, chefe do Departamento de Desporto da Sejel.
Há 25 anos engajado nas atividades dos JEAs, nos quatro cantos do Estado, o assessor do Departamento de Eventos da Sejel, Flávio Oliveira, também analisa o projeto como uma forma de fortalecimento das próprias comunidades e municípios envolvidos. "É uma competição nos moldes de seletiva e muitas prefeituras fazem questão de entrar como parceiras", destacou.
Calendário
O projeto de realização dos Jogos Indígenas foi idealizado em 2009 pela extinta Fundação Estadual dos Povos Indígenas (Fepi) e, posteriormente, pela Seind. Uma das propostas é integrar o evento ao calendário turístico do Estado, a exemplo do que ocorre com o Carnaboi e o Festival Internacional de Cinema.
Como o Amazonas é o Estado com o maior número de indígenas do Brasil (mais de 120 mil), a ideia é reunir o maior número deles em uma só competição, aliada a feiras de artesanato e apresentações culturais. "Isso já existe em outros estados, como o Pará, por exemplo", observa Rafael Costódio.
Ensaio
Entre novembro e dezembro de 2009, a Seind realizou em parceria com a Sejel, a 1ª Copa Indígena de Futebol, que fez parte da programação do Fórum Amazonas Indígena (Forind). A seleção de São Paulo de Olivença foi a campeã.
Em 2011, outro grande evento organizado em conjunto entre as duas secretarias e que também serviu como uma espécie de ensaio geral para os Jogos Indígenas foi o Abril Cultural Indígena. Diversas competições esportivas foram disputadas durante dois dias, na Vila Olímpica e na Arena Amadeu Teixeira, respectivamente.
09/06/2011
Saúde intensifica detecção de doenças em população indígena do Tocantins
Publicada em 09/06/2011
Informações da Agência Saúde
As ações durante o mês de junho ocorrerá em nove aldeias do estado e detectará doenças como chagas, malária e leishmaniose
O Ministério da Saúde promo.ve até o próximo dia 17 as ações para detecção e tratamento de doenças transmissíveis por vetores como chagas, malária e leishmaniose em população indígena do Tocantins. O trabalho iniciado na última segunda-feira (06) fará o atendimento de aproximadamente 2 mil indígenas de nove aldeias. A ação também inclui a realização de testes de hepatites A, B e C.
A iniciativa é promovida pelo Distrito Sanitário Especial Indígena de Tocantins (DSEI-TO), ligada a Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, em parceria com Secretaria de Saúde do Estado. A execução do trabalho ocorrerá em duas fases. A primeira será realizada nas aldeias Riachinho, Mariazinha, Girassol, Prata e Serrinha. As ações serão coordenadas pela a equipe multidisciplinar de saúde indígena do Pólo-base de Tocantinópolis, e contará com a ajuda de técnicos da Secretaria Estadual e Municipal de Saúde do Estado, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Tocantins, além de técnicos do Laboratório Central de Tocantins.
A segunda fase consistirá no atendimento de outras aldeias prioritárias da região: São José, Botica, Bonito e Patizal. Essa fase será realizada pela equipe de saúde do pólo-base de Tocantinópolis, com apoio técnico e logístico do DSEI-TO, e atendimento médico do DSEI-Araguaia.
CAPACITAÇÃO – Até amanhã (09) os enfermeiros de todos os Pólos do DSEI-TO estarão na sede do distrito para participarem de Seminário e Oficina para implantação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Básica (Sisvan). A capacitação é promovida pela Secretaria de Estado da Saúde do estado com o apoio da UNICEF.
O Sisvan é um sistema do SUS que tem como principal objetivo diagnosticar a situação alimentar e nutricional da população, identificando segmentos sociais e grupos populacionais de maior risco aos agravos nutricionais, sejam eles de baixo peso ou obesidade.
O DSEI aproveitará a oportunidade do curso, para reunir todas as áreas técnicas do Distrito para discutirem as práticas de saúde executadas e propor a reorganização do serviço. Segundo a chefe do DSEI Tocantins, Ivaneizilia Noleto, a promoção de eventos desse tipo tem como objetivo elevar o nível técnico dos profissionais de saúde e complementar a rotina executada pelas equipes multidisciplinares nas aldeias.
COMO FUNCIONA A ASSISTÊNCIA – Os 751 postos de saúde das comunidades indígenas de todo o país são as bases da atuação das equipes multidisciplinares de saúde indígena, composta por médico, enfermeiro, odontólogo e auxiliares, além dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e dos Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN). Os agentes moram nas aldeias e são indicados pelos Conselhos Locais de Saúde Indígena. A eles competem ações de atenção primária, saneamento e educação em saúde.