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Seduc promove em Marabá formação de professores indígenas de 12 etnias

Até o próximo dia 28, professores indígenas de 12 etnias residentes em aldeias localizadas no sul e sudeste do Estado se reúnem em Marabá para participar de mais um módulo do curso de Magistério Indígena. A abertura desta etapa de estudos foi promovida na manhã desta terça-feira (5), no hotel Itatocan, numa programação aberta a 25 cursistas que, atualmente, são professores de 1ª a 4ª série do ensino fundamental de escolas de educação indígena da rede pública estadual de ensino.

Participam deste módulo professores dos povos Anambé, Asurini, Amanayé, Atikum, Guarani, Karajá, Kyikatêjê, Parkatêjê, Tembé, Surui e Xikrin do Catete. Ao todo, 357 professores de 32 povos cursam o magistério indígena e também darão prosseguimento aos estudos durante o mês de julho. As aulas são ministradas em outros cinco polos de formação, localizados nos municípios de Altamira, Belém, Oriximiná, Santarém e São Félix do Xingu.
O curso é dividido em quatro séries. Além das disciplinas pedagógicas do magistério tradicional, os professores indígenas também estudam História da Educação Indígena, Antropologia, Linguística Aplicada e Língua Indígena. De acordo com o coordenador de Educação Escolar Indígena (Ceind), professor Antônio Paraense, entre os objetivos do curso "está sempre a preocupação de ter como referência a realidade de ensino do professor e do seu povo".
Histórico
Iniciado em 2006, o encerramento do curso de Magistério Indígena estava previsto para ocorrer em 2008. Devido a algumas interrupções, até o momento somente o povo Wai Wai, residente na Aldeia Mapuera, em Oriximiná, já cursa a última série. "Essa é uma reivindicação dos povos indígenas. O Estado assumiu o compromisso de possibilitar a execução da formação até o final", afirmou Paraense, destacando que a ideia é oferecer "a maior autonomia possível para as escolas, desde a sua administração, a composição do seu currículo, de acordo com o que está previso na Constituição".
Em todo o Pará, são aproximadamente 11 mil estudantes indígenas matriculados em escolas municipais e estaduais. A rede estadual possui oito unidades escolares nessa modalidade, nas quais estão matriculados aproximadamente dois mil alunos, cursando os ensinos infantil, fundamental e médio. A projeção feita pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) aponta para o ingresso de quase 10 mil estudantes na rede estadual nos próximos quatro anos, sobretudo no ensino médio.
Hoje, 900 estudantes cursam esse nível de ensino. Para atender a demanda que se apresentará nos próximos anos, a ampliação de vagas no ensino médio será fundamental, segundo o coordenador da Ceind. "A conclusão do curso de magistério e a consolidação do ensino médio são nossas prioridades", disse o coordenador. Entre as ações voltadas para o ensino médio, acrescentou ele, está a formação continuada para professores de educação escolar indígena, com a participação de lideranças dos povos e técnicos de escolas, que será promovida em Belém no mês de agosto.

 

Mari Chiba - Ascom Seduc