Duzentos professores indígenas iniciaram esta semana a oitava etapa de formação do Curso Magistério Indígena Tamî’kan. As aulas acontecem nos turnos matutino e vespertino na Casa de Cura, localizada na BR -174, bairro Raiar do Sol.
Os cursistas participam de aulas de Gestão Educacional, Antropologia, Didática da Língua Portuguesa, Arte Indígena, Espanhol, Informática, História da Educação, entre outras disciplinas como Física, Química, Português, Matemática e também estudam a Língua Materna.
Os professores indígenas participantes do curso pertencem a sete etnias: Yanomami, Wapixana, Wai-Wai, Macuxi, Yekuana, Ingaricó e Taurepang. Eles lecionam em comunidades indígenas localizadas nas regiões da Raposa Serra do Sol, Baixo Cotingo, Serras, Taiano, Murupú, Serra da Lua, São Marcos, Wai-Wai e Amajarí.
Edivilson Level é da etnia Macuxi e leciona na Escola Estadual Indígena Maria Creuza Macuxi, na comunidade Sapã, localizada na Raposa Serra do Sol. Ele disse que está adquirindo muitos conhecimentos que serão aplicados em sua comunidade.
“O curso é ótimo, estou aproveitando bastante. O que vejo aqui na teoria, levo para a prática com os alunos da minha comunidade. A principal diferença que senti foi quanto ao planejamento e aplicação da metodologia”, explicou Level.
Já Cilene Padilha, índia Wapichana, atua na comunidade Anaro, no município de Amajarí e destacou que a formação é essencial. “Precisamos renovar nossos conhecimentos, melhorar nossa formação para podermos repassar os ensinamentos para nossos alunos e nossa comunidade”, disse.
SEXTA CULTURAL
Além das aulas, que são diárias, o Curso Magistério Indígena Tamî’kan também tem na sua programação a realização da Sexta Cultural Científica Pedagógica, na qual os indígenas trabalham questões relacionadas à cultura e aos costumes, além questões científicas e pedagógicas.
A Sexta Cultural será realizada no dia 05 de agosto, partir das 8 horas na própria Casa de Cura. Toda a comunidade está convidada a participar do evento, o qual também estará aberto para visitação de escolas.
“O Tamî’kan busca a valorização do profissional indígena, que atua diretamente na comunidade. Com a formação e qualificação, estes profissionais melhoram a qualidade da educação indígena e consequentemente do ensino do Estado”, destacou Edite da Silva Andrade, coordenadora do Tamî’kan.
TAMÎ’KANO
Tamî ‘kan, que na língua Macuxi quer dizer “sete estrelas”, é um projeto que tem como principal objetivo formar professores que já atuam como docentes nas comunidades indígenas, mas que não têm formação em Magistério.
O projeto teve início em dezembro de 2006 e é desenvolvido pelo Centro de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima (CEFORR), da Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Desportos (SECD).
É realizado a partir dos princípios da Educação Indígena, com respeito aos processos próprios de ensino e aprendizagem, valorização da língua materna indígena e diálogo intercultural.
Segundo dados do Censo Escolar 2010, Roraima possui 222 escolas indígenas que atendem tanto o Ensino Fundamental quanto o Ensino Médio com 13.038 alunos matriculados.
Fonte: www.bvnews.com.br