A cantora Djuena Tikuna e um grupo formado por crianças saterés mawé do Tarumã Açu "roubaram a cena" nesta sexta-feira (2) à noite, durante o antepenúltimo dia da 38ª Exposição Agropecuária do Amazonas Manaus - Ao som da música Maracanandé, que simboliza a união de todos os povos em Tupi, e de outras canções representativas da cultura indígena, a cantora Djuena Tikuna e um grupo formado por crianças saterés mawé do Tarumã Açu (na zona rural de Manaus) "roubaram a cena" nesta sexta-feira (2) à noite, durante o antepenúltimo dia da 38ª Exposição Agropecuária do Amazonas (Expoagro/AM).
Os dois shows duraram pouco mais de uma hora, tempo suficiente para prender a atenção de quem resolveu prestigiar parte da tradição indígena no Parque de Exposições Dr. Eurípedes Ferreira Lins.
As duas apresentações fazem parte da programação das atividades apresentadas para a feira pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e com aval das 16 organizações indígenas participantes. Tudo com ênfase na inclusão social, geração de renda, valorização do patrimônio cultural material e imaterial indígena e no intercâmbio cultural com a e sociedade amazonense.
A Expoagro é organizada pela Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) e prossegue neste sábado (3) com muita novidade indígena na área do seringal da feira. O evento termina no domingo (4), possivelmente com nova apresentação de Djuena Tikuna e as crianças satrerés, que juntas formam o grupo Cuia.
A abertura do espetáculo desta sexta-feira foi feita pelo titular da Seind, Bonifácio José Baniwa. Ele lembrou um pouco das dificuldades enfrentadas pelos indígenas para ocupar o espaço cedido para eles na feira.
"Começamos num pequeno espaço mais à frente, junto da SDS, mas agora estamos aqui, numa área mais ampla, que representa uma conquista de todos nós", destacou, apontando para um estande localizado mais à frente.
Enquanto conseguiam arrancar aplausos até do mais leigo conhecedor da cultura indígena, o grupo Cuia e Djuena Tikuna dividiam o mesmo espaço com estandes indígenas, recheados de produtos artesanais e comidas típicas.
Canto e dança Integrantes da organização Inhaã-Bé e coordenadas por Pedro Ramaw, as crianças abriram a noite interpretando canções na língua nativa e também em português. Já Djuena foi acompanhada por violão e percussão pelo grupo Maguta, que é composto por integrantes da própria família da artista e com quem ela já trabalha há algum tempo. Sempre simpática e atenciosa, a artista cantou, dançou e fez com que os expectadores entrassem no ritmo dela a partir do momento em que começou a interpretar Maracanandé.
Até quem não é indígena foi para o salão e entrou na dança, incentivados pelo músico e artista plástico José Tikuna, e pelos servidores da Seind Miquelina Barreto Tukano, Adail Munduruku e Cláudio Pequeno.
O chapéu de palha onde foram realizadas as apresentações ficou pequeno para tanta alegria. Tanto é que, fora dele, outro grupo (puxado pelo próprio secretário Bonifácio e Ageu Sateré) não pensou duas vezes e também entrou na dança.
Emocionada com toda a receptividade do público, Djuena encerrou a apresentação com um agradecimento em família. "Obrigada ao meu irmão, Denízio, à Seind e ao grupo Maguta por mais essa oportunidade de cantar a esse público maravilhoso", disse Dijuena.
Ninguém arredou o pé.
Entre as dezenas de pessoas que resolveram fazer uma visita à área indígena da Expoagro estava o servidor público Sérgio Pinheiro. Ele informou que ia passando, ouviu o som e ficou curioso para ver o que estava ocorrendo. Ao chegar ao local, não se conteve, mirou o celular e registrou tudo. "É muito interessante", resumiu.
Mesmo sem máquina, a dona de casa e moradora do bairro Redenção (Zona Centro-Oeste) Eliane Souza fez questão de se aproximar com a filha e o marido para conferir o espetáculo. "Muito legal a dança deles", elogiou.
Fonte:
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03 Dez 2011 09:33 h