"No caminho da miçanga - um mundo que se faz de contas" reúne instalações multimídias, 700 peças e 20 filmes de 24 etnias do Brasil, além de 18 da África, da Ásia e das Américas.
No evento de inauguração, estarão presentes 33 representantes de alguns dos povos indígenas retratados na mostra. No final de semana, artesãos indígenas farão demonstrações das técnicas utilizadas na confecção de peças com miçangas. Toda a programação é grátis.
O casarão principal do Museu do Índio é dividido em sete ambientes - Viagem, Mito, Encontro, Troca, Brilho, Ritual, Encanto e Mergulho. A exposição marca a reabertura do principal espaço expositivo da instituição, após a realização de reformas estruturais do prédio.
Diferentes povos indígenas participaram da confecção dos objetos a serem exibidos na mostra por meio de oficinas de transmissão de saberes, assim como na produção de imagens sobre técnicas de trabalho com miçangas. Todo esse trabalho foi desenvolvido com a participação de inúmeros pesquisadores indígenas, no âmbito do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas, em parceria com a Unesco.
"No caminho da miçanga, um mundo que se faz de contas" reflete sobre os variados sentidos que o exotismo pode assumir, assim como sobre as possíveis relações com o Outro e os seus enfeites. Aponta para a discussão dos conceitos de diversidade e de tolerância.
A exposição aborda o tema 'miçanga', com histórias que falam do comércio e da exploração, do fascínio mútuo entre povos distintos, do encontro e do desencontro de perspectivas entre viajantes e nativos. Para a curadora Els Lagrou, "enquanto o colonizador julgava estar trocando quinquilharias contra preciosas matérias primas, a maioria dos povos nativos desejava muito essas contas, vindas do ultramar. Apesar de fazerem suas próprias contas, às vezes muito parecidas com as estrangeiras, as contas de vidro eram novidades, preciosidades exóticas."
Miçanga é derivada de masanga, palavra de origem africana, que significa "contas de vidro miúdas". Com estas miudezas, povos do mundo inteiro, do Norte ao Sul, do Oriente ao Ocidente, produzem impressionantes obras de arte. Mais do que um objeto ou um conceito, a miçanga é pura relação: sua definição se faz no encontro entre mundos distantes.
Muitos povos diferentes são fascinados por essas continhas de vidro coloridas, desde a Antiguidade até os dias de hoje. O que vem de fora, no pensamento desses povos, tem um valor diferenciado, inspira e faz construir novas relações, novos padrões de beleza e abre novas possibilidades.
O Museu do Índio convida o público a mergulhar nessas relações diferentes, interagindo entre os vitrais, silhuetas e outras instalações tanto no casarão quanto no jardim da instituição.
A exposição conta com o apoio da UNESCO e do Programa de Pós Graduação em Sociologia e Antropologia - IFCS da UFRJ.
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(1) Colar de miçangas, Palikur, Coleção Museu do Indio, 2007
(2) Cinto com chocalho, Krahô,Coleção Museu do Indio, 2012
(3) Meninas moças com traje ritual, Karajá, Foto Chang Whan, Coleção Museu do Indio, 2009
(4) Tanga de miçangas, Tukano,Coleção Museu do Indio, 1957
(5) Colar, Kayapó, Foto Paulo Múmia, Coleção Museu do Índio
(6) Tanga, Tiryó, Foto Paulo Múmia, Coleção Museu do Índio
Horário de visitação: de terça a sexta, das 9 às 17h30min.;
sábados, domingos e feriados, das 13 às 17 horas.
Grátis.
Rua das Palmeiras 55 - Botafogo Rio de Janeiro - RJ
Comunicação Social/MI
14/08/2015