Viver da floresta nunca foi um obstáculo aos povos indígenas, mas muitos deles estão descobrindo que também pode ser um bom negócio. É o caso dos índios Zoró, que vivem em 24 aldeias no município de Rondolândia, no extremo Noroeste de Mato Grosso, na divisa com o estado de Rondônia.
Com apoio do projeto Pacto das Águas, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental, a expectativa é que somente na safra 2011/2012 eles produzam mais de 140 toneladas de castanha-do-Brasil, comercializadas por até quatro reais o quilo. Uma das ações de apoio do projeto Pacto das Águas, que apóia formas de organização e manejo sustentável em comunidades indígenas e extrativistas, foi a realização neste mês, de uma oficina com os índios Zoró para capacitá-los a usarem o secador rotativo. Também participaram do evento, que aconteceu na Associação do Povo Indígena Zoró – APIZ, em Ji-Paraná/RO, índios da etnia Rikbaktsa e seringueiros da Reserva Extrativistas Guariba-Roosevelt, que também fazem parte do projeto. Essa máquina, com capacidade de secar até 2,5 toneladas de castanha por dia, permite melhorar significativamente a qualidade da castanha produzida, que fica mais limpa e com menos umidade. Outro benefício é a maior durabilidade das amêndoas. O maquinário foi adquirido por meio do Projeto de Conservação e Uso Sustentável das Florestas do Noroeste do Mato Grosso, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA) e pelo PNUD/Brasil. O projeto Pacto das Águas também está acompanhando o processamento das primeiras 25 toneladas de castanhas na APIZ. "Essa quantidade de castanha é processada, em média, em quinze dias com três pessoas trabalhando na estocagem, seleção das castanhas e na manutenção do equipamento", explica Plácido Costa, coordenador do projeto.
22/02/2012 - 13h19
Redação 24 Horas News