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Brasileiro Leonardo Sakamoto concorre a prêmio da Repórteres Sem Fronteiras

O jornalista brasileiro Leonardo Sakamoto, conhecido por seus artigos em defesa dos indígenas do Amazonas, é um dos seis candidatos ao prêmio de "Jornalismo cidadão na rede" da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que será entregue na próxima segunda-feira.

Sakamoto pretende suceder os blogueiros tunisianos do coletivo Nawaat, que conseguiram no ano passado um prêmio entregue em coincidência com a jornada mundial contra a cibercensura, disse o RSF, que lembrou que 120 "ciberdissidentes" estão presos, principalmente na China, Vietnã e no Irã.

O jornalista brasileiro, que cobriu os conflitos do Timor-Leste e Angola, se concentra atualmente em temas ambientais e sociais, na defesa das minorias indígenas e contra a escravidão contemporânea, afirmou a organização.

"Comprometido com a defesa das comunidades indígenas brasileiras, ainda pouco representadas na imprensa de internet, ele se opõe à construção da usina hidroelétrica de Belo Monte, que prevê submergir territórios indígenas e deslocar quase 25 mil pessoas", explicou a organização defensora da liberdade de imprensa.

Sakamoto, acrescentou, também denuncia as "depredações de terras" do povo Guarani "em benefício de ricos proprietários agrícolas".

Outros cinco candidatos concorrem ao prêmio, dotado de 2.500 euros e entregue em colaboração com o Google.

Entre eles estão os Comitês de Coordenação Local sírios que abriram locais para que os meios de comunicação possam se juntar e divulgar, em tempo real, informações dos insurgentes da revolta que seu país vive, assim como da repressão do regime de Bashar al Assad.

O RSF outorga aos comitês "um papel preponderante" para que seja conhecida em escala internacional a situação de um país onde a imprensa local está amordaçada e a estrangeira é "mantida à margem".

Os moradores da pequena localidade chinesa de Wikan, na província de Guangzhou, também estão entre os candidatos pela difusão de informações sobre a revolta vivida em novembro.

O blogueiro egípcio Maikel Nabil, preso na era pós-Mubarak após ter denunciado a repressão das manifestações da primavera e condenado a três anos de prisão, também é aspirante.

A ONG russa Golos, responsável por um mapa que denuncia as irregularidades eleitorais em seu país e que foi censurada pouco antes das eleições legislativas do ano passado, também concorre ao prêmio, da mesma forma que o blogueiro vietnamita Paulus Lê Van Son, detido em agosto por cobrir a situação social e política do seu país.
Fonte: http://tecnologia.terra.com.br


08 de março de 2012 • 14h51